A gestação gemelar é um fenômeno fascinante e complexo que desperta grande curiosidade.
Antes de mais nada, é preciso definir o fenômeno. Trata-se da ocorrência de uma gravidez em que se desenvolvem dois ou mais fetos ao mesmo tempo no útero.
Com características únicas e desafios singulares, a ocorrência de gêmeos tem sido objeto de estudo e interesse ao longo da história.
No texto de hoje, queremos trazer algumas dessas curiosidades. Temos o objetivo de explicá-las para os casais que desejam embarcar nesta jornada duplamente gratificante e amorosa.
1. A gestação gemelar é mais comum entre as mulheres com mais de 35 anos
A incidência de gestações múltiplas é mais comum em mulheres com mais de 35 anos devido à hiperovulação.
Com o envelhecimento, a produção de hormônios que regulam a ovulação se torna irregular. Tal padrão pode resultar em uma liberação de múltiplos óvulos durante um ciclo menstrual.
Isso aumenta a probabilidade de fertilização de mais de um óvulo e, consequentemente, a chance de gestação gemelar.
A idade e a genética são fatores essenciais para a gestação múltipla.
Saiba mais:
Gravidez tardia: adiar a maternidade aumenta o risco de infertilidade?
2. O acompanhamento pré-natal deve ser mais rigoroso
O acompanhamento pré-natal em gestações gemelares deve ser constante e rigoroso. Não devemos desconsiderar os potenciais desafios e riscos associados.
Por exemplo, podemos citar o parto prematuro, restrição de crescimento intrauterino e pré-eclâmpsia.
A realização de exames e as consultas devem acontecer frequentemente. Além disso, o acompanhamento precisa ser semanal nas etapas finais.
O pré-natal rigoroso é essencial para monitorar o desenvolvimento dos fetos e a saúde materna. Desse modo, é possível detectar precocemente quaisquer sinais de complicação.
O pré-natal na gestão múltipla abre espaço para intervenções que podem salvar vidas.
3. Existem diferentes tipos de gestação gemelar
A gravidez múltipla pode ocorrer de diferentes formas:
• Dicoriônica e diamniótica:Gestação que pode ocorrer a partir de dois óvulos diferentes, resultando em dois fetos com placentas e bolsas amnióticas separadas. A chance de serem idênticos é baixa.
• Monocoriônica e diamniótica: Gestação que ocorre sempre do mesmo óvulo que se dividiu. Neste caso a placenta é compartilhada, contudo, as bolsas amnióticas são separadas. Os bebês são sempre idênticos.
• Monocoriônica e monoamniótica: Gestação que também decorre do mesmo óvulo que se dividiu, entretanto, os bebês compartilham a mesma placenta e a mesma bolsa amniótica, sendo sempre idênticos.
4. Os irmãos gêmeos nem sempre são idênticos ou do mesmo gênero
Como você já deve saber, existem dois tipos principais de gêmeos:
• Bivitelinos (dizigóticos): são originados por dois óvulos, que são fertilizados por espermatozoides diferentes. A gravidez resulta em bebês não idênticos, cada um com sua própria placenta e bolsa amniótica.
• Univitelinos (monozigóticos): têm origem em um único óvulo fertilizado que se divide. Neste caso, os bebês são idênticos.
5. Os sintomas da gravidez gemelar são mais intensos
Em decorrência das alterações físicas e hormonais, os sintomas são muito mais intensos em uma gravidez múltipla.
Entre eles, destacamos:
• Náusea e vômitos, especialmente durante as manhãs;
• Fadiga acentuada, sono e indisposição;
• Sensibilidade nas mamas;
• Aumento rápido na região do abdômen;
• Ganho de peso expressivo;
• Dores nas costas e na região da pelve;
• Maior frequência urinária;
• Oscilações de humor;
• Inchaço corporal e desconforto.
O acompanhamento médico é primordial para aliviar os sintomas e garantir o desenvolvimento embrionário saudável, sem esquecer do bem-estar da mulher.
Saiba mais:
Gravidez independente: tire suas dúvidas sobre a escolha
6. A gravidez gemelar traz o risco de pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e pela presença de proteínas na urina após 20 semanas de gestação.
O aumento das demandas sobre o sistema cardiovascular da mãe, especialmente em gestações gemelares, contribui para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia.
O acompanhamento pré-natal é importante para detectar sinais precoces desta condição, através de exames regulares de pressão arterial e urina.
7. O parto prematuro nem sempre vai ocorrer
Embora a incidência de parto prematuro seja maior em gestações gemelares em comparação com gestações únicas, esse não é o único desfecho possível.
Afinal, tudo vai depender da posição dos bebês no organismo materno e da idade gestacional.
Dependendo do organismo materno, e levando sempre em consideração a saúde da mãe e do bebê, é possível que o parto seja vaginal, contudo cada situação requer uma análise médica.
Vale pontuar que o parto natural e com a idade gestacional completa deve ser realizado com o devido acompanhamento médico.
8. As alterações hormonais são maiores na gestação múltipla
Na gestação múltipla, as alterações hormonais tendem a ser mais pronunciadas devido às demandas metabólicas e às necessidades crescentes de suporte para o desenvolvimento de múltiplos fetos.
Os hormônios relacionados à gestação, como progesterona e estrogênio, são produzidos em maior quantidade.
Isso acontece naturalmente para sustentar o desenvolvimento de cada feto e garantir o suporte adequado ao sistema reprodutivo.
Estas mudanças intensificam os sintomas da gravidez, os quais foram previamente mencionados.
9. Há o risco de diabetes gestacional para a mãe
Embora seja normal ocorrer um leve aumento nos níveis de glicose durante uma Gestação Gemelar, quando esse aumento ultrapassa os limites considerados normais, torna-se necessário um acompanhamento mais rigoroso.
Isso é essencial para garantir que a saúde da mãe e dos bebês não seja negativamente impactada e para prevenir complicações relacionadas à diabetes gestacional.
Ainda, o corpo da gestante enfrenta maiores demandas metabólicas, o que pode desencadear uma resistência à insulina.
Além disso, as mudanças hormonais interferem na capacidade do corpo de utilizar a insulina de maneira eficaz.
Mudanças na dieta e controle do peso são estratégias adotadas para garantir o bem-estar da mãe e o desenvolvimento saudável dos bebês.
Medicações com prescrição médica também podem se fazer necessárias em casos mais extremos.
Continue lendo:
Fertilização in Vitro: tudo o que você precisa saber
10. A probabilidade de gestação gemelar na Fertilização In Vitro é maior
Era comum observar uma alta incidência de gestações gemelares quando a reprodução assistida e a técnica de FIV dava seus primeiros passos.
Isso acontecia porque vários embriões eram desenvolvidos, buscando aumentar as chances de sucesso.
Atualmente, o foco da FIV está na produção e seleção de embriões de qualidade superior, diminuindo a necessidade de transferência múltipla de embriões.
Além disso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) colocou alguns limites para a transferência de embriões. Nesse sentido, a idade da mulher é a maior referência.
Apesar das chances da gestação gemelar serem mais altas na FIV, vale ressaltar que a decisão final leva em conta vários fatores. Entre eles, destacamos:
• A idade da mulher;
• A qualidade dos embriões;
• A disponibilidade de embriões;
• O histórico de tentativas;
• Preferências conjugais.
Se a gravidez múltipla está entre os seus sonhos, fale com a Effeto. Vamos conduzir uma análise clínica do seu caso e verificar essa possibilidade.
Fale conosco e construa a família que sempre sonhou.