Quem nunca passou por um momento de estresse tão grande que atrasou a menstruação? Do ponto de vista evolutivo, o corpo entende que esses períodos não são os melhores para engravidar — por isso, a ovulação acaba sendo prejudicada. “Por outro lado, somos todos diferentes e cada pessoa tem um tipo de reação em relação ao estresse”, destaca a Dra. Carla Regina Schmitz Vigo, ginecologista especialista em reprodução humana assistida e diretora da Clínica Effetto, em Caxias do Sul, RS. Então, qual é a verdadeira relação entre infertilidade e estresse?
Neste artigo, revelamos o real impacto, bem como mostramos maneiras de aliviá-lo durante o processo de tentativas de gravidez. Confira!
O estresse pode causar ou afetar a fertilidade?
Existem muitas controvérsias em relação à fertilidade e o estresse, assim como a outros fatores ligados ao estilo de vida. Alguns estudos chegam a sugerir que as alterações hormonais decorrentes do período poderiam, até mesmo, ajudar a engravidar.“No entanto, entendemos que o estresse é mais prejudicial do que benéfico. Por isso, queremos que o processo seja o mais tranquilo possível. Nosso objetivo é fazer com que o casal tenha uma boa qualidade de vida ao longo do tratamento”, reforça a especialista.
Qual é a verdadeira relação entre infertilidade e estresse?
Apesar das ditas controvérsias, fato é que: “quanto mais saudável o estilo de vida, em todos os pilares, inclusive psíquico, melhores são os desfechos do tratamento. E quando falamos de tratamento, não é só a concepção em si. Eu sempre digo para os pacientes que não queremos apenas que eles engravidem, mas que tenham uma gravidez saudável e um bebê saudável”, afirma Dra. Carla.
Como diminuir o estresse quando se está tentando engravidar?
Quem busca auxílio em uma clínica de reprodução assistida, naturalmente, já está passando por uma fase de infertilidade e estresse considerável. São pessoas que sempre escutam coisas como “você não engravida porque está muita nervosa, é só se acalmar que vai acontecer”.
Mesmo que seja dito com ótimas intenções, isso traz uma sobrecarga de estresse imensurável para o casal. Alguns estudos mostram que as taxas de depressão em pacientes inférteis são comparáveis as de pacientes om câncer, tamanho o impacto desse tipo de problema.
“Eu sempre falo que o estresse faz parte do ‘pacote’. Todo mundo o tem em algum nível, mas se estiver muito alto, é preciso tratá-lo. Isso porque o estresse pode impactar não apenas no desfecho, mas no próprio manejo dos pacientes, dificultando algumas etapas do processo”, explica a médica.
Então, considerando que alertar sobre o impacto do estresse pode gerar ainda mais estresse, é preciso encontrar outras formas de amenizá-lo e otimizar a fertilidade. São medidas comprovadamente eficazes:
- meditação;
- ioga;
- acupuntura;
- atividades físicas moderadas;
- psicoterapia; entre outras.
Qual é o impacto do estresse nas taxas de sucesso dos tratamentos?
Os trabalhos publicados sobre o efeito do estresse nas taxas de sucesso em tratamentos de fertilidade são mais um ponto controverso e não trazem nenhuma conclusão. Porém, existe uma certeza: pacientes inférteis têm uma pior qualidade de vida. Por isso, devem receber auxílio e cuidado apropriados para enfrentar, da melhor maneira possível, o desafio da infertilidade.
Qual é a importância do tratamento multidisciplinar para casais inférteis?
Uma vez que a vida traz desafios para todos e os enfrentar sozinho é mais difícil, o manejo multidisciplinar ajuda a diminuir o impacto negativo da infertilidade. Por isso, a combinação de psicólogos, terapeutas e redes de apoio, entre outras medidas, têm um papel importantíssimo na trajetória dos casais inférteis.
Agora que você conhece a relação entre infertilidade e estresse, busque maneiras eficientes de minimizá-lo. Na Effetto, por exemplo, são realizadas rodas de conversa mensais com a psicóloga da clínica, onde as pacientes podem compartilhar sua dor com pessoas que estão passando por situações parecidas.
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